sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Quando a preguiça não passa pode ser sinal de que a saúde não vai bem


Estudo divulgado nesta quinta-feira (22) mostrou que os bebês bocejam dentro do útero das mães.

 Pesquisadores ainda buscam entender por quê. A partir da infância, não há dúvida: bocejo é sinal de sonolência, que, em excesso, pode ser sintoma de doenças.

- Antes de dormir, há um relaxamento da musculatura e a respiração fica mais curta. Se é preciso ficar acordado, o organismo compensa, dando um bocejo. Você respira fundo quando boceja e joga mais oxigênio nos pulmões. Pessoas tensas, com respiração curta, também bocejam para respirar melhor - explica o clínico geral José Cysne, da Clínica São Vicente.

Uma das causas comuns do cansaço crônico é a apneia do sono, desenvolvida principalmente por homens acima do peso. Com a gordura no pescoço e no abdômen, o ar passa com dificuldade quando a pessoa dorme.
- O organismo então produz um microdespertar, puxando uma grande respiração. A pessoa acorda todo mundo com o barulho do ronco - explica o médico.

Outras causas de sonolência são depressão, anemia, hipotireoidismo e narcolepsia, uma doença neurológica rara em que o paciente cai dormindo durante o dia. É preciso buscar tratamento.

Quem não tem tanto sono, mas anda dando seus bocejos, pode melhorar seu descanso. Álcool e comidas pesadas ingeridas à noite prejudicam a qualidade do sono.

- A gente passa dormindo um terço da vida. Esse sono precisa ter qualidade - encerra Cysne.


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A dieta para uma vida mais feliz


A alimentação rica em frutas, verduras, grãos e carnes vai além dos benefícios para a saúde física do indivíduo e pode até trazer felicidade. É o que mostra uma pesquisa recente que avaliou 80 mil britânicos e constatou um aumento do bem-estar mental proporcional ao consumo de frutas e verduras. O pico de “satisfação” foi identificado entre aqueles que consumiam diariamente sete porções de 80 gramas cada. A partir deste resultado, os pesquisadores sugeriram mudanças nas diretrizes gerais de saúde dos EUA e Reino Unido, que atualmente orientam o consumo de cinco porções na alimentação diária. Eles defendem que o mesmo poderia valer para os demais países.

— Os dados usados no estudo foram coletados da dieta dos britânicos. Apesar dos contextos culturais, nossa biologia não difere tanto da de outros povos, principalmente dos ocidentais — comenta Sarah Stewart-Brown, professora da Escola de Medicina de Warwick e uma das autoras do artigo publicado no periódico “Social Indicators Research”.

Mente e corpo sadios com boa alimentação

Em linhas gerais, a dieta da felicidade é a mesma receita equilibrada recomendada para a saúde física e inclui proteínas, fibras e vitaminas. Mas se a dieta é similar, a atuação dos nutrientes no organismo é bem diferente, já que o foco de ação passa a ser o cérebro.

— O sistema nervoso central comanda todas as nossas funções e, ao contrário do que pensamos, é o único órgão que não tem uma reserva significativa de energia — explica a nutricionista Denise Carreiro, autora dos livros “Alimentação e Distúrbios do Comportamento” e “Cálcio na forma, na medida e no lugar certo”. — Para a nutrição, o cérebro, apesar de todas as suas características diferenciadas, é mais um órgão do corpo que necessita ser adequadamente nutrido. O sistema nervoso central não é um sistema independente. Ele trabalha em total simbiose com os sistemas gastrointestinal e imunológico, dependendo dos nutrientes que são absorvidos pelo intestino.

Os neurotransmissores regulam o humor e o comportamento e precisam ser alimentados para funcionar bem. A falta de nutrientes para funções cerebrais pode provocar comportamentos compulsivos, ansiedade, cansaço mental e irritabilidade.

Um dos principais neurotransmissores do bem-estar é a serotonina, formada por um aminoácido chamado triptofano, presente em peixes, carnes, ovos e outras fontes de proteína. Já o ácido gama aminobutírico (gaba) ajuda a manter a atenção, além de ser um calmante. Ele está presente no L-theanina, um aminoácido encontrado no chá verde, assim como em vitaminas, como a B12, presente nas folhas verde-escuras.

O ômega 3, presente em peixes como salmão, atum e bacalhau, e também em vegetais, como brócolis, rúcula e couve, é um estabilizador de humor e mantém a boa comunicação cerebral e de todas as células do corpo.

Menos açúcar e conservantes na alimentação

Evitar produtos industrializados — que, em geral, contêm poucos nutrientes, muitos aditivos químicos e neurotóxicos — e o consumo exagerado de açúcar são duas orientações de dez entre dez especialistas de nutrição e humor. Já refrigerantes e sucos artificiais não possuem valor nutricional e ainda contêm substâncias que inibem a absorção de nutrientes.

— Os níveis de glicose no sangue flutuam um pouco durante o dia, mas ingerir muitos carboidratos ou produtos com excesso de açúcar pode desequilibrar esses níveis de maneira extrema, o que influencia o humor — explica a nutricionista Patricia Davidson Haiat, professora de pós-graduação em terapia nutricional da Uerj e membro do Institute for Functional Medicine.

Patricia afirma ainda que o tradicional mau humor matinal vai muito além da vontade de continuar na cama:
— Após um jejum noturno de muitas horas, os níveis de glicose estão baixos. Alimentar-se com muito pão ou açúcar faz com que eles subam rapidamente, provocando a alteração de humor. Para evitar isto, é importante modular o consumo de carboidratos com fontes de boas gorduras, como nozes, amêndoas e proteínas, por exemplo, ovo e frios magros.

Para a especialista, a adoção de uma dieta equilibrada pode ser o suficiente para até dispensar o uso de medicamentos:
— Os remédios para humor, depressão e compulsão no mercado trabalham justamente na produção de neurotransmissores. Sendo assim, claro que os nutrientes vão ter papel chave nestas desordens, já que são matéria-prima para a produção de todos os neurotransmissores cerebrais — afirmou Patricia.


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Exercícios físicos aumentam a expectativa de vida


Estar ativo fisicamente aumenta o tempo de vida. A descoberta é do hospital Brigham and Women de Boston, nos Estados Unidos. Pesquisadores do local conseguiram quantificar quantos anos podem ser ganhos através de exercícios em diferentes intensidades.

Caminhadas de 75 minutos por semana já acrescentam 1,8 ano de vida na expectativa. Já 150 minutos por semana geram 3,4 anos a mais. Por sua vez, 450 minutos representam 4,5 anos.

— Mesmo atividades mínimas podem ser associadas ao aumento de longevidade. Isso independe do peso da pessoa. Ela pode ser magra, acima do peso ou obesa — diz I-Min Lee, um dos autores do estudo.

Foram analisadas 650 mil pessoas em um período de 10 anos. No período, houve 82 mil mortes. A grande quantidade de voluntários tornou possível o estudo de pessoas com mais de 40 anos com diferentes perfis, seja de atividade física ou de peso.

— A descoberta reforça a retórica que defende uma vida fisicamente ativa. O estudo pode convencer algumas pessoas que mesmo atividades modestas podem melhorar a longevidade — argumenta o pesquisador Steven C. Moore, que também participou das pesquisas.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Para mergulhar de cabeça


Um estudo apresentado nesta terça-feira (30) no Congresso Cardiovascular Canadense mostrou que os exercícios feitos dentro de piscinas têm os mesmos benefícios aeróbicos e provocam menos desgaste do que as atividades praticadas fora d’água.
Para a pesquisa, pessoas saudáveis fizerem testes em bicicletas ergométricas dentro e fora da água. As pessoas que usaram uma bicicleta ergométrica imersa numa piscina tiveram um treino equivalente às que praticaram o mesmo exercício fora da água.

— Se você não pode treinar em terra, pode treinar na água tendo os mesmos benefícios aeróbicos — garante o Dr. Martin Juneau, diretor de prevenção do Instituto do Coração de Montreal.

De acordo com Dr. Juneau, o mito de que os exercícios dentro d’água fazem menos efeitos do que os praticados fora dela foi por ralo abaixo. Ele relata que o consumo máximo de oxigênio, indicador de um bom treino, foi praticamente o mesmo nas duas atividades.
Dr. Mathieu Gayda, fisiologista do Instituto do Coração de Montreal, que também participou do estudo, acrescenta:

— Os exercícios praticados dentro d’água podem ser ainda mais eficientes do ponto de vista cardiorrespiratória — afirma.

Considerando o número de pessoas que têm dificuldade de fazer atividades em terra, a opção de praticá-las na água é um fato promissor, lembrou Dr. Juneau. De acordo com o especialista, a natação pode ser ainda o melhor exercício de todos, pois apresenta benefícios como a baixa tensão de movimento e menor possibilidade de lesão.
Segundo a Fundação do Coração e Derrame, 85% dos canadenses não praticam os 150 minutos de atividades físicas por semana, conforme o recomendado. As pessoas fisicamente ativas podem reduzir o risco de ataques cardíacos em até 55%, além de reduzir as chances de desenvolver várias outros males, como o stress.

— Mesmo que se tenha dificuldade para se exercitar, há sempre soluções, como mostra esse estudo. Nunca é muito tarde ou muito difícil de fazer uma mudança no estilo de vida — Dr. Beth Abramson, porta-voz da Fundação do Coração e Derrame.